Serão três dias de programação repletos de atividades, que proporcionarão aos visitantes conhecer a cultura e cadeia produtiva do tabaco
Gabriela Nascimento
Com o intuito de valorizar a história e produção de produtos tipicamente baianos, o 1º Festival Origens será realizado nas cidades vizinhas Cachoeira e São Félix, a 116 quilômetros da capital baiana. O evento acontecerá entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro e é voltado aos apreciadores da harmonização entre os 4 C da Bahia: café, cachaça, charuto e chocolate.
Banhado pelo Rio Paraguaçu, o município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, é palco de uma história centenária no plantio de tabaco no Brasil. Esse solo rico em cultura, alia-se à características de solo, clima e história, que tornam o protagonista do festival, o charuto baiano, diferente dos demais em qualidade. A união desses elementos, combinada à expertise da forma artesanal e criteriosa de produção, são ingredientes para a receita do sucesso.
O diretor do Sindicato da Indústria do Tabaco do Estado da Bahia (Sinditabaco) e um dos organizadores do evento, Marcos Augusto Souza, explica que a Bahia nunca realizou um festival como esse, apesar de ser o local mais antigo do mundo em produção industrial de charuto. “Muito antes de Cuba e República Dominicana, nós já atuávamos nessa produção. Pensando nisso, resolvemos apresentar aos nossos maiores consumidores brasileiros, que estão no eixo Rio-São Paulo, a qualidade da nossa produção, que muitas vezes é desconhecida”, ressalta.
Marcos acrescenta que o objetivo do evento é também fortalecer as marcas locais e desmistificar a ideia de que apenas os charutos importados têm excelência. “O fumo baiano é reconhecido mundialmente como o sal e a pimenta para a produção de outros charutos. Não é à toa que entre os 10 melhores charutos do mundo, todos levam o fumo da Bahia em alguma parte de sua composição, seja na capa ou no enchimento”, salienta.
A programação do festival apresentará a cadeia produtiva do tabaco, que apesar de estar concentrada nas cidades de São Félix e Cachoeira, envolve 23 municípios vizinhos. Serão Workshops de harmonização do charuto com o chocolate, café e cachaça, conduzidos pelo sommelier Cesar Adames. Entre suas formações, Cesar graduou-se em Administração Hoteleira, estudou o universo das bebidas destiladas em Londres e leciona em cursos de gastronomia.
Os participantes conhecerão também as fazendas que cultivam a folha do tabaco e as fábricas produtoras de charuto. Além disso, serão apresentadas manifestações culturais durante o festival. Para os acompanhantes, serão oferecidos passeios por cidades históricas do Recôncavo, além de cursos de culinária baiana.
As empresas fumageiras envolvidas na produção do tabaco cuidam desde o plantio das sementes até o charuto produzido artesanalmente pelas charuteiras, que passam esse trabalho por gerações. Essas empresas são aliadas à centenas de famílias da agricultura familiar no cultivo do tabaco e geram 4,5 mil empregos diretos e indiretos, que em sua maioria são de mulheres responsáveis pelo sustento de suas casas.
O festival é uma realização do Sinditabaco em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sebrae, Prefeitura Municipal de Cachoeira, Prefeitura Municipal de São Félix, Café Latitude 13º, Chor Chocolate e Cachaça Rio do Engenho.
Foto: Gabriela Nascimento