Festival Origens celebra cultura e história de produtos baianos

A previsão para a abertura das inscrições da segunda edição do evento é em março de 2018

Gabriela Nascimento

Motivados pelo interesse em conhecer a cadeia produtiva do tabaco, apreciadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte, participaram do 1º Festival Origens. O evento realizado entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, foi sediado nos municípios de São Félix e Cachoeira, berço do Recôncavo da Bahia. O foco do festival foi apresentar a cultura, história e produção do tabaco baiano, além de valorizar os 4 C da Bahia: cachaça, café, charuto e chocolate.

O paulista Robson Orsi, inaugurou a tabacaria Candice Cigars Santos, há sete meses e contou que o festival foi como uma universidade para ele. “Ainda estou engatinhando no setor e fiquei maravilhado com tudo que vi. Aprendi muito com as atividades do evento e também com os outros participantes que já estão há muitos anos no segmento. Foi sensacional. Quero voltar no próximo ano e trazer pessoas da minha loja”, disse.

Para Marcos Souza, diretor executivo do Sindicato da Indústria do Tabaco do Estado da Bahia (Sinditabaco) e organizador do evento, é gratificante saber que os participantes tiveram as expectativas superadas. “Ficamos muito felizes também porque as empresas se prepararam para receber o evento. Além da parte da arquitetura, como é o caso da reforma na fábrica Leite e Alves, as empresas se preparam com lançamentos de linhas comemorativas para o festival. A Danneamann criou a bitola Toro, a Monte Pascoal apresentou a Década e a Menendez Amerino lançou a Arturo Menendez 40 anos. Isso foi ótimo”, comemorou.

O festival contou com a participação do especialista no mercado de tabaco e bebidas, Cesar Adames, que ministrou a palestra de abertura sobre “A História do Tabaco no Recôncavo da Bahia”. Cesar destacou que é a primeira vez que acontece um evento deste tipo na América do Sul. “Para esse primeiro festival nós temos um grupo reduzido, mas muito significativo para o setor. Tivemos donos de lojas de charutos, distribuidores, apreciadores e imprensa especializada. Nas redes sociais o interesse está alto para participar da próxima edição, então só tende a crescer”, ressaltou.

A programação

Entre as atividades, os visitantes conheceram fábricas de charutos da região, fazendas produtoras de tabaco e participaram de workshops de harmonização entre o charuto e outros produtos genuinamente de origem baiana e pertencentes ao grupo dos 4 C. Além disso, foram apresentadas manifestações culturais de dança e música. 

Uma das fábricas visitadas foi a Leite e Alves, em Cachoeira, que é comandada por Renato Madeiro. Para ele, o festival é o começo do trabalho de valorização regional que será melhorado com os anos. “O evento ajuda a mostrar que a qualidade dos charutos baianos é tão boa quanto os internacionais. A grande vantagem é proporcionar que os consumidores das marcas conheçam o trabalho que é desenvolvido e participem do festival vendo a produção de perto”, pontuou.

Os workshops de harmonizações de charutos com a cachaça, café e chocolates apresentaram novas combinações e sabores na degustação do produto. Juliana Galletti, dirige junto com o pai, Luiz Fernando Galletti, a marca de cachaça Rio do Engenho. Ela contou que a harmonização com charuto é algo novo para empresa. “Foi muito bom participar, porque o evento reuniu com muitos formadores de opinião do setor. É um público de alto poder aquisito que tivemos oportunidade de alcançar e mostrar a qualidade do nosso produto, muitas vezes desvalorizado. Sabemos que eles estão divulgando muito e isso é importante para trazer novos consumidores fora da Bahia, que talvez não atingiríamos”, afirmou.

O festival foi uma realização do Sinditabaco em parceria com o Sebrae, Prefeitura Municipal de Cachoeira, Prefeitura Municipal de São Félix, Café Latitude 13º, Chor Chocolate e Cachaça Rio do Engenho.

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